A Bricoffee, sediada em Varginha (MG), produz pellets ecológicos que substituem a lenha e evitam o descarte de milhares de toneladas de resíduo por dia.
A startup Bricoffee, de Varginha (MG), desenvolveu uma tecnologia inédita no Brasil para transformar a borra de café em biomassa em forma de pellets ecológicos, usados como fonte de energia limpa em indústrias e estabelecimentos comerciais. A empresa nasceu durante a pandemia, a partir da iniciativa do empresário Luiz Zolet, que identificou no resíduo do café uma alternativa sustentável à lenha.
O processo começou de forma experimental, com testes de secagem e caracterização da borra em laboratório. A pesquisa revelou que o material, quando compactado, apresenta alto poder calorífico, superior ao de pinus e eucalipto. Assim surgiu o produto final — um biocombustível sólido capaz de substituir a queima de madeira e reduzir o desmatamento.
Hoje, a Bricoffee produz cerca de 12 toneladas por dia e planeja ampliar a capacidade para 25 toneladas diárias até 2026, com a instalação de uma nova linha de produção. O avanço deve contribuir para o reaproveitamento de parte das 8 mil toneladas de borra de café descartadas diariamente no país. “Transformamos um passivo ambiental em uma fonte de energia limpa”, afirma Zolet.
O projeto, que conta com patente requerida no INPI, utiliza um processo de peletização e extrusão que aproveita subprodutos agrícolas, agroindustriais e florestais. Os pellets são aplicados no aquecimento de aviários, hotéis, clubes, fornos industriais e ambientes residenciais, oferecendo desempenho energético com menor emissão de carbono.
A startup, incubada inicialmente no Paraná, integrou-se a um programa de inovação e recebeu apoio financeiro do governo estadual antes de se transferir para Minas Gerais, região com ampla disponibilidade de matéria-prima.