A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) recebeu nesta terça-feira (11), em Belém (PA), o certificado de acreditação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), tornando-se a primeira entidade brasileira autorizada a validar projetos de gases de efeito estufa (GEE). O reconhecimento, concedido pela Coordenação Geral de Acreditação (Cgcre), abrange o escopo de florestação e reflorestamento.
A entrega foi realizada pelo presidente do Inmetro, Márcio André Oliveira Brito, ao presidente da ABNT, Mário William Esper, e ao diretor-geral da ABNT, Ricardo Fragoso.
O credenciamento insere a ABNT Certificadora na infraestrutura nacional de certificação climática, etapa essencial para garantir credibilidade e transparência aos projetos que buscam gerar créditos de carbono. A acreditação segue os padrões das normas internacionais ISO 17029 e ISO 14065, adotadas no Brasil pela própria ABNT.
“O Inmetro colabora definitivamente para que o Brasil tenha uma infraestrutura de registro, verificação e qualificação no mercado de carbono. Essa acreditação permite que o País consolide um sistema genuinamente brasileiro, sem depender de entidades estrangeiras, com credibilidade técnica reconhecida internacionalmente”, afirmou o presidente da ABNT, Mário William Esper, durante a cerimônia.
O presidente do Inmetro, Márcio André Oliveira Brito, ressaltou o significado da entrega na embarcação, símbolo da atuação do Instituto na Amazônia e da cooperação técnica com a ABNT.
“O Inmetro e a ABNT são parceiros estratégicos na consolidação da infraestrutura de qualidade do País. Somos poucos e temos que fazer muito, e por isso precisamos dessas parcerias. No momento em que o mundo discute o clima e o meio ambiente, damos juntos um passo concreto voltado para essa agenda”, afirmou Brito.
Esper destacou ainda que a acreditação permitirá à ABNT atuar também fora do Brasil, com negociações em andamento com o Conselho Global de Carbono (GCC) do Catar para validação de projetos. “O Brasil talvez seja hoje o principal país do mundo em potencial para geração de créditos de carbono, especialmente na área florestal, tanto em florestas nativas quanto em áreas de reflorestamento”, acrescentou.
“Não há lugar melhor para receber essa certificação. Não há lugar melhor do que a Amazônia. A reserva florestal que temos no Brasil é o nosso ouro verde”, completou Esper.
O reconhecimento ocorre menos de um mês após o relançamento do Programa de Certificação ESG da ABNT, baseado na Prática Recomendada 2030, voltada à avaliação da maturidade das empresas em relação a critérios ambientais, sociais e de governança.
Com isso, a ABNT amplia seu papel na agenda verde nacional, combinando normalização, certificação e validação de projetos climáticos em um sistema integrado que reforça o protagonismo técnico do Brasil na transição para uma economia de baixo carbono.